Casa em Brufe
A casa foi pretendida térrea. O terreno é quase plano e possui uma linha de água tímida que bordeja pelo lado poente a propriedade. A envolvente é marcada a sul por um espaço natural, contínuo, como se servisse de cenário de um longo relvado. A norte a via principal, bem cuidada, possui um pequeno largo com um edifício escolar do Ensino pré-primário.
A habitação não se quer nem escondida nem debruçada para a rua. O seu pátio é o ponto fulcral dos volumes, define e define-se. O conjunto é composto de duas peças, dois volumes; o mais alto representa as zonas publicas da casa: a entrada, a generosa sala e a cozinha (com copa). O volume mais baixo e virado ao lado nascente, a zona privada; organiza quatro quartos, uma lavandaria e um escritório, todos dispostos em linha. No fundo, tal como uma peça de Giacometti, são duas caixas ligadas por um espaço vazio em que cada uma representa a sua casa, uma mais aberta e publica, e a outra mais doméstica e privada. Mais importante que os cheios construídos serão os espaços de pátio, pois são estes os elementos que fazem a casa funcionar. O envidraçado, com 6 metros de largura desliza só com o apoio mecânico – abre-se para os momentos especiais da família e torna a casa um espaço aberto fundido com o pátio quadrangular. Ao mesmo tempo, esse grande envidraçado quando aberto cria um mini pátio fechado contiguo à copa. Todas as aberturas dos volumes buscam uma linguagem em que se assume a noção da janela como elemento de relação interior exterior. Nos quartos a necessidade de reclusão levou à criação de uma pele horizontalizada em madeira, que reforça o exercício gramatical de uma casa que se pretende moderna, mas contaminada por uma busca de fluidez e coerência na linguagem arquitetónica.
LOCAL:
Rua António José Brandão, Brufe
ANO:
2021
PROGRAMA:
Habitação Unifamiliar
AUTOR:
arqtº Avelino Oliveira
EQUIPA:
Elina Briede, Catarina Ferreira, Levi Barros
especialidades: OMEGA engenharia
FOTOGRAFIA:
Ivo Tavares Studio – https://www.ivotavares.net