Destaque Anteprojeto – Conjunto Habitacional de Eirinhas
Procurou-se uma solução que permita fazer cidade, não uma cidade qualquer, mas uma cidade que estabeleça um tecido urbano de continuidade, com carater, útil a quem usa e habita, no respeito da envolvente, nas suas circunstâncias, geográficas, orográficas e obviamente, urbanas. O sítio existe, carregado de preexistências naturais e humanas que não se conjugam, não se complementam e muito menos, se harmonizam. A solução que se propõe, permite garantir uma frente edificada que colmata e adequa o fecho de um quarteirão que se apresenta incompleto e distorcido na sua base de território, acentuado pela profunda assimetria das edificações existentes, resultante dos tempos, da escala, do uso, enfim de realidades profundamente dispares.
A proposta estabelece um volume continuo, que procura uma relação de equilíbrio com o lugar, buscando uma imagem sólida, tectónica, definindo um bloco de apartamentos cuja cércea se ameniza na inclinação da via. A proposta com 32 frações e 1 única fração para uso comercial, com acesso direto da via pública é complementado com estacionamento privado coberto no subsolo, áreas legais de condomínio e equipamento de lazer para uso coletivo das frações, contemplando espaço exterior natural e piscina. Os alçados são consequentes da resolução da habitação familiar em galeria, o que desde logo, promove um registo de horizontalidade. A horizontalidade é reforçada pelo esforço de definição de linhas contínuas que permitam absorver a relação entre cheios e vazios, opacidades e transparências, obtendo-se assim, em cada piso, uma faixa opaca, linear, homogénea e constante, testa da laje de piso e dos respetivos pavimentos e tetos e uma segunda faixa, resolvida com planos opacos de paredes, interrompida pontualmente, para inserção de vãos para iluminação natural dos espaços habitacionais contíguos e linearmente interrompidos para resolução das galerias de acesso.
A proteção dos vazios desta segunda faixa é resolvida de forma distinta: vãos de caixilharia de alumínio e vidro para os compartimentos habitacionais; guarda linear em vidro para limite e proteção das galerias. Para resolução de controlo solar, proteção e segurança, promove-se a instalação de painéis grelhados móveis e fixos, que permitem interromper e alterar a constância e horizontalidade das fachadas, promovendo ritmo e aleatoriedade. Os planos opacos das fachadas serão preenchidos por painéis modulares com desenvolvimento vertical, metricamente semelhantes aos vãos para cumprimento de uma métrica regular constante.
LOCAL:
Gaveto da Rua do Bonfim com Rua das Eirinhas, Porto
ANO:
Em Curso
PROGRAMA:
Habitação Colétiva
AUTOR:
arqtº Avelino Oliveira e arqtº Jorge Toscano
EQUIPA:
Elina Fontinha, Catarina Ferreira, Juliana Cruz, Ricardo Soares, Catarina Marques, Victor Ruchet, Márcia Monteiro